Uma operação da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) flagrou
oito plantações de maconha que são irrigadas com água desviada da
adutora do sertão, em Cabrobó (527 km de Recife). O sistema é
responsável pelo abastecimento de cinco cidades que estão em situação de
emergência por conta da seca, no semiárido pernambucano.
Segundo a Compesa, um sobrevoo com helicóptero flagrou as
irregularidades na sexta-feira (8). Por conta do risco de uma ação de
técnicos da Compesa na região, conhecida como polígono da maconha, a
Polícia Militar foi acionada para erradicar as plantações e só após a
destruição dos pés de maconha é que as equipes vão ao local.
“Das oito roças, cinco já foram retiradas. A Polícia Militar nos
informou que até quarta feira está nos liberando a área completa para
fazermos a fiscalização dos trechos desses terrenos, tanto para fechar
as ligações irregulares, como para ver se existem outras irregularidades
com outros fins”, disse ao UOL o diretor da Regional do Sertão da Compesa, Fernando Lobo.
O diretor da Compesa explicou ainda que os sobrevoos sobre a adutora
flagraram 22 processos suspeitos. Desses, 12 já foram visitados e os
outros 10 (entre eles os oito com plantações de maconha) devem ser
visitados nos próximos dias.
“Depois que iniciamos a ação nessa adutora, reduzimos em mais de 50% o
índice de perdas. Antes, nós tínhamos um desvio de 80 litros por segundo
(suficiente para atender uma cidade com 40 mil habitantes) e agora
registramos uma queda para 38 litros”, afirmou Lobo, citando que a
adutora do Sertão abastece às cidades de Cabrobó, Salgueiro, Terra Nova,
Serrita e Verdejante.
Outras adutoras
Segundo as Compesa, a operação que fiscalizou a o desvio da água da
adutora do oeste, em maio, foi encerrada com 45 ações que cortaram
ligações clandestinas. “Nessa primeira adutora, encontramos
abastecimento de carros-pipa para venda, o que é um procedimento
totalmente irregular, além de um criatório de peixe com água desviada”,
contou Fernando Lobo.
Assim que concluir as ações na adutora do Sertão, será a vez da
fiscalização chegar à adutora de Dormentes. “Vamos fazer buscas nas três
grandes adutoras, pois estamos tendo dificuldade em abastecer as
cidades. Temos a necessidade de realizar essas fiscalizações, pois os
açudes estão secando, e a população usa de todos os artifícios para se
abastecer. E temos que dar prioridade aos centos urbanos, pois teríamos
uma dificuldade bem maior que abastecer com carros-pipa os que moram na
zona rural”, finalizou Lobo.
Segundo último boletim da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco,
109 municípios da zona da mata, agreste e do sertão do Estado já
decretaram situação de emergência pela estiagem prolongada. Ao todo, 1,1
milhão de pessoas estão sendo afetadas diretamente pela seca.
FONTE E REDAÇÃO: http://noticias.uol.com.br
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