Até o domingo passado, ele era apenas um modesto atacante com
nome de craque e, talvez, com potencial para se tornar ídolo de uma das
maiores torcidas do país. Mas Romarinho tem estrela e, em apenas duas
partidas, já pode ter feito o suficiente para cravar de vez seu nome na
história do Corinthians.
Domingo, marcou dois, um deles de letra,
contra o maior rival Palmeiras, na vitória por 2 a 1 pelo Campeonato
Brasileiro. E nesta quarta-feira, deu um toque inacreditável a essa
história que parece de cinema. Foi ele o autor do gol de empate do
Corinthians por 1 a 1 contra o todo poderoso Boca Juniors, em La
Bombonera, pela primeira partida da final da Copa Santander
Libertadores.
Com
Romarinho, o Corinthians parece mesmo destinado a vencer todos os
obstáculos, derrubar todas as esperanças dos torcedores rivais, acabar
com a maldição e entrar para a história. Nova prova deu resistindo à
pressão e mística do lendário palco do Boca.
Na quarta-feira que
vem, no Pacaembu, o Timão precisará de apenas uma vitória sobre uma
equipe inferior tecnicamente, como ficou comprovado na partida de ida,
para exorcizar de uma vez por todas o fantasma de nunca ter vencido a
competição sul-americana. Como não há o critério do gol fora para
desempate, qualquer empate levará a decisão para a prorrogação e,
persistindo o empate, pênaltis.
Uma situação improvável, se
levado em conta o retrospecto corintiano nesta Libertadores. Em sua
casa, onde o Boca que será pressionado o tempo inteiro pela Fiel, a
sólida equipe de Tite sofreu apenas o gol de Santos de Neymar nas
semifinais, não perdeu e, exceção feita ao duelo já citado, venceu todos
os demais.
Como alento para rivais e a própria equipe argentina, o
fato de os Xeneizes, como são chamados, serem especialistas em fazer a
festa em solo tupiniquim. Em 2000, 2003 e 2007, ganhou a Copa derrubando
equipes brasileiras fora de casa, contra Palmeiras, Santos e Grêmio,
respectivamente.
O empate foi todo à base de tensão. No primeiro
tempo, Emerson Sheik, Alex, Paulinho tiveram chances de deixar o Timão
em vantagem, mas faltou o tranquilidade para definir melhor e causar
mais transtornos à equipe da casa.
No Boca, Riquelme, maior
esperança, ditava o ritmo, como esperado, mas também foi pouco. Santiago
Silva até tentou de bicicleta aos 32 minutos, mas a bola resvalou em
Alessandro. Foi o auge de uma primeira etapa muito parelha, em que a
equipe da casa foi levemente superior.
Pelo Timão, Paulinho criou a
melhor chance, sempre chegando como elemento surpresa. Foi aos 7
minutos, em chute de longa distância, defendido pelo goleiro Orión.
A
segunda etapa seguiu a mesma risca. O Boca mais à frente, mas o
Corinthians resistiu aos minutos iniciais de pressão e volta e meia saiu
nos contra-golpes.
Aos 16 minutos, o Boca acendeu sua torcida com
Mouche. Ele recebeu ótimo passe de Riquelme dentro da área, mas não
conseguiu tirar de Cássio, mesmo cara a cara com o goleiro corintiano.
O
sofrimento da Fiel se prolongava e a da torcida do Boca mais ainda com o
passar do tempo. Até que aos 27 minutos, a Bombonera explodiu. Após
cobrança de escanteio, Santiago Silva cabeceou dentro da área, Chicão
tentou cortar com a mão, mas a bola sobrou para Roncaglia, quase debaixo
da trave. Ele empurrou e fez 1 a 0.
O gol não abalou o
Corinthians, e o destino preparou noite iluminada para um desconhecido
até pouco tempo. Foi ele, foi Romarinho.
O atacante entrou aos 38
minutos do segundo tempo e, apenas dois minutos depois, deixou o
Corinthians a apenas uma vitória de seu maior sonho, em 101 anos de
história. Romarinho recebeu de Emerson Sheik dentro da área e, com um
toque lindo e tranquilidade digna do nome, tirou do goleiro e caiu nos
braços da Fiel: 1 a 1.
O Boca ainda acertou uma bola na trave com
Viatri, mas a noite era de Romarinho. Depois de ganhar um jogo contra o
maior rival, ele aproximou o time de espantar um fantasma. Foi a
primeira noite, que se desenhou de sonho. Sonho da Fiel. Sonho de
Romarinho.
FICHA TÉCNICA:
BOCA JUNIORS (ARG) 1 X 1 CORINTHIANS
Local: La Bombonera, Buenos Aires (ARG)
Data/hora: 27/6/2012 - 21h50
Árbitro: Enrico Ósses (CHI)
Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (CHI)
Data/hora: 27/6/2012 - 21h50
Árbitro: Enrico Ósses (CHI)
Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (CHI)
Renda e público: Não disponíveis
Cartões amarelos: Roncaglia, Riquelme
Cartão vermelho: -
GOLS: Roncaglia (28'2°T) e Romarinho (40'/2ºT)
Cartões amarelos: Roncaglia, Riquelme
Cartão vermelho: -
GOLS: Roncaglia (28'2°T) e Romarinho (40'/2ºT)
BOCA JUNIORS:
Orión; Roncaglia, Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Somoza,
Ledesma (Rivero, 36'/2ºT), Erviti e Riquelme; Mouche (Cvitanich -
42'/2ºT) e Santiago Silva (Viatri - 39'/2ºT). Técnico: Julio Cesar
Falcioni
CORINTHIANS: Cássio, Alessandro, Chicão,
Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo (Romarinho
- 38'/2º); Jorge Henrique (Liedson - 38'/1ºT) e Emerson Sheik. Técnico:
Tite
FONTE E REDAÇÃO: http://www.lancenet.com.br
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