Uma parceria entre a Associação Brasileira dos Fabricantes de
Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas (Abraciclo), a
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e o Hospital das Clínicas (HC)
vai mapear os acidentes com motocicletas na cidade de São Paulo. A ideia
é usar os resultados de São Paulo como modelo para outras grandes
cidades brasileiras, com informações que ajudem na elaboração de
políticas públicas que se proponham a reduzir o número de ocorrências.
Segundo a médica fisiatra do HC Júlia Greve, a parceria já está formada
há um ano e a pesquisa deve mostrar os primeiros resultados no ano que
vem. “Vamos estudar cada um dos acidentes atendidos nas unidades do
Hospital das Clínicas e no Instituto de Ortopedia e tentar identificar
as causas relacionadas com a pessoa, particularmente os motociclistas,
com a via e com a motocicleta, e se os aspectos de segurança do veículo
estão adequados ou não”.
Na avaliação dela, não se deve atribuir culpa a uma parte ou à outra, e
sim, analisar o que deveria ter sido feito para evitar o acidente. Um
dos fatores que vão ser analisados é a formação dos motociclistas que,
muitas vezes, comete erros de pilotagem por não saber como conduzir
corretamente a moto, e não cuida como deveria da manutenção do veículo.
Outro fator destacado pela fisiatra é a falta de atenção dos outros
motoristas, que não percebem a aproximação das motos.
“É importante estudar o acidente e mostrar que as quedas e batidas vão
diminuir se políticas públicas eficientes de habilitação, segurança e
fiscalização forem aplicadas no trânsito para que motoristas e
motociclistas aprendam que dirigir não é corrida nem disputa por
espaço”.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, entidade que vai financiar o
projeto, disse que a frota de motocicletas na cidade de São Paulo
quadruplicou nos últimos anos, atingindo 18,5 milhões de veículos. Tanta
moto nas ruas exige mais atenção de quem aderiu ao veículo de duas
rodas como alternativa de locomoção, para fugir do mau serviço oferecido
pelo transporte público. “A sociedade precisa achar alternativas de
como acomodar esses veículos em um trânsito cada vez mais caótico”,
alertou Fermanian.
Ele propõe que o processo de habilitação dos motociclistas seja mais
rigoroso. Entre as falhas do sistema atual, cita o fato de que a
legislação determina uma avaliação igual para todos os motociclistas,
independentemente do tipo e da potência da moto a ser pilotada. Para
ele, no processo de aprendizado, é preciso cumprir etapas de técnicas de
pilotagem para cada faixa de cilindrada.
O presidente da Abraciclo acredita que, com o resultado da pesquisa,
será possível elaborar diversas políticas públicas vltadas à segurança
de motociclistas, motoristas e pedestres. “Esses resultados certamente
passarão pelos órgãos públicos, hospitais, fabricantes e, na medida em
que tivermos essas informações, poderemos claramente estabelecer qual as
medidas que serão adotadas”.
FONTE E REDAÇÃO: http://www.nominuto.com
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